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Choques elétricos têm aumentado no país e Cemig recomenda atenção para evitar acidentes
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Publicado em 16/09/2020

Apenas nos primeiros seis meses deste ano, o Brasil registrou mais de 350 mortes causadas por choques elétricos 

Mexer no celular enquanto ele está carregando na tomada parece um procedimento simples e corriqueiro, e muita gente já fez pelo menos uma vez na vida. Mas essa situação é arriscada e pode causar acidentes graves com a energia elétrica, com sérias lesões e até levar a morte. Este é só um exemplo dos perigos da energia elétrica quando mal utilizada. De acordo com dados da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), apenas no primeiro semestre de 2020 os choques elétricos somaram 434 ocorrências, que resultaram em 355 mortes em todo o país. Os dados são considerados alarmantes, pois os números são superiores a todo o ano de 2019, quando foram registradas 228 mortes.

Somente em Minas Gerais, a Abracopel contabilizou, de janeiro a junho, 20 acidentes com choques elétricos, que causaram 18 mortes. Foram 11 ocorrências na rede aérea (com 9 mortes), 5 mortes na construção civil, uma morte em poste, uma morte em residência, uma morte na zona rural e uma morte em estabelecimento comercial.

 

Na construção civil, o maior risco de acidentes é relacionado com as tarefas realizadas na mesma altura da rede de média tensão, como a reforma de telhado e construção de segundo e terceiro pavimentos, por exemplo. “É preciso ter muito cuidado, porque na rede de média tensão não é necessário nem o contato direto para se machucar. A simples aproximação já pode causar choque de até 13.800 volts, o que provoca queimaduras graves e até mesmo a morte”, alerta o gerente de Saúde e Segurança do trabalho da Cemig, João José Magalhães Soares.

Os profissionais que utilizam cabos de rolo de pintura feitos de alumínio ou de outros materiais condutores de eletricidade também devem ser bem cautelosos na hora do manuseio. Mas o engenheiro da Cemig alerta que cabos de madeira também conduzem eletricidade ao tocar ou se aproximar da rede de alta tensão e expõem as pessoas ao mesmo risco de choque elétrico.

“É importante ressaltar que a utilização de equipamentos de proteção individuais e coletivos para impedir a queda de nível para trabalhos em altura também são indispensáveis. Boa parte dos acidentes com a rede elétrica é provocada pela queda e não pelo choque em si, inclusive as fatalidades. Há relatos de trabalhadores que, ao se desequilibrarem de andaimes, tocaram na rede elétrica e foram eletrocutados”, explica João José Magalhães Soares.

Cuidados nas residências

Com as pessoas ficando mais em casa, em função do isolamento social por conta da pandemia do novo coronavírus, a Cemig recomenda bastante cuidado para evitar ações em relação à energia elétrica que podem causar acidentes com graves consequências e até mesmo fatalidades, como a utilização de “benjamins ou Ts” ou outros adaptadores.

O gerente de Saúde e Segurança da Cemig destaca que as “gambiarras” nas instalações elétricas são totalmente desaconselháveis e perigosas. “Esses improvisos são inseguros e aumentam muito a chance de sobrecarga e consequentemente a possibilidade de acontecer acidentes”, afirma.

Caso haja a necessidade de se ligar vários equipamentos em uma mesma tomada, o ideal é a utilização de um filtro de linha que, em caso de sobrecarga de energia, irá se desligar automaticamente.  Mas vale destacar que os filtros de linha podem ser utilizados desde que seu dispositivo interno de proteção esteja operante e não tenha sofrido alterações.

A Cemig alerta também à população que, em caso de necessidade de qualquer manutenção na rede elétrica, é importante que o disjuntor da residência seja desligado para reduzir as chances de acidentes com a eletricidade. Além disso, é importante lembrar: sempre que for necessário esse tipo de manutenção, procure um profissional especializado.

Um item de grande importância e atenção são os trilhos de cortina. Há situações que esses tipos de trilhos não cabem em elevadores ou escadas dos prédios e as pessoas optam por içá-los pela janela. Mas, ao tentar colocar os trilhos pela janela, na altura da rede de energia elétrica nos postes, ele se aproxima ou toca a rede elétrica e causa acidentes graves – podendo causar até a morte de quem os manuseia.

Dispositivos móveis

Outra recomendação importante é em relação aos dispositivos móveis, como celulares e tablets. Aparentemente inofensivos, esses equipamentos podem causar acidentes graves. Somente no ano passado, conforme dados da Abracopel, foram registrados 19 acidentes durante o carregamento de celulares que causaram 15 mortes.

O gerente de Saúde e Segurança da Cemig alerta que o carregamento de tais aparelhos deve ser feito sobre uma superfície lisa e bem ventilada, livre de materiais combustíveis como tecidos de toalhas de mesa, colchas de camas e forros de sofás, dentre outros. “Em caso de princípio de incêndio, os materiais queimarão com facilidade e propagarão as chamas a outros cômodos da casa ou do apartamento”, explica.

Atenção especial no banheiro

A utilização de equipamentos elétricos e eletrônicos no banheiro também requer bastante cautela. “A água é grande condutora de energia elétrica. Dessa forma, após sair do chuveiro, as pessoas devem evitar fazer o uso de secadores, barbeadores elétricos e chapinhas enquanto estiverem molhados. Também não se pode deixar a fiação desses aparelhos em superfícies molhadas. Esse tipo de equipamento só deve ser utilizado quando a pessoa estiver totalmente seca”, alerta Magalhães.

 

Trocar a resistência do chuveiro quando ocorre a queima da mesma é uma tarefa relativamente simples, mas, como qualquer execução de serviços na instalação elétrica, pode provocar acidentes com a rede elétrica, se os devidos cuidados não forem tomados. Por isso, o mais prudente é que sempre um profissional treinado realize o serviço.

 

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