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Prefeito de Itapecerica recebe Medalha Aleijadinho em Ouro Preto; assista
19/11/2021 13:05 em Novidades

O prefeito de Itapecerica e presidente da Associação das Cidades Históricas de Minas Gerais, Wirley Reis – Têko, foi um dos cinco agraciados, na noite dessa quinta-feira (18), na cidade de Ouro Preto, com a 43ª Medalha Aleijadinho, que visa valorizar pessoas, instituições e entidades que se destacam na prestação de serviços ou na realização de trabalhos em favor da manutenção, preservação e salvaguarda do patrimônio e da cultura.

 

A medalha, tradicionalmente entregue no aniversário de morte do escultor ouro-pretano Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, data em que é comemorado o Dia do Barroco Mineiro, é conferida a pessoas indicadas pelo Município de Ouro Preto em memória do maior ícone do barroco luso-brasileiro, que, pelo incomparável acervo artístico deixado, foi declarado Patrono das Artes no Brasil.

 

A solenidade de entrega da homenagem, precedida por uma Missa em Ação de Graças, aconteceu na Igreja de São Francisco de Assis, um dos exemplares mais magníficos do barroco mineiro, considerada obra-prima de Aleijadinho.

 

Confeccionada por alunos do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG), a Medalha Aleijadinho é composta pela “Cruz de Malta”, símbolo lusitano, sobreposta pelos três anjos que evocam a fachada da Igreja de São Francisco e que, historicamente, passaram a ser uma espécie de assinatura do mestre.

 

As informações São da Assessoria de Comunicação da Prefeitura Municipal de Itapecerica

 

O Aleijadinho

 

Nascido em data incerta, provavelmente no ano de 1730, Antônio Francisco Lisboa era filho do arquiteto português Manoel Francisco Lisboa e de uma escrava. Aprendeu a arquitetura e a escultura em madeira com seu pai. Do trabalho com a madeira, passou para a pedra-sabão.

 

É provável que tenha recebido ensinamentos do desenhista e medalhisa português João Gomes Batista e dos entalhadores Francisco Xavier de Brito e José Coelho de Noronha. Antes dos 50 anos, ele é acometido por uma doença degenerativa, que deforma e atrofia seu corpo, desencadeando a perda progressiva do movimento dos dedos das mãos e dos pés. Passa a trabalhar com os instrumentos atados às mãos por seus escravos, que o carregam até os locais de trabalho.

A primeira biografia do artista foi escrita em 1858, 44 anos após sua morte, por Rodrigo José Ferreira Bretas, baseada em documentos de arquivo e depoimentos. No conjunto de sua obra destacam-se os projetos das igrejas de São Francisco de Assis, em Ouro Preto e em São João Del Rei, Minas Gerais; as 66 imagens de cedro dos Passos da Paixão e os 12 profetas de pedra-sabão, para o Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, encontram-se em Congonhas do Campo, Minas Gerais.

Obras atribuídas a Aleijadinho:

 

A lista de obras atribuídas a Aleijadinho é extensa. Waldemar de Almeida Barbosa, em seu livro O Aleijadinho de Vila Rica, publica as obras do artista que estão “comprovadas por documentos dos arquivos”. São elas:

 

 

– Ouro Preto:

 

Hospício da Terra Santa – Projeto e execução do chafariz em esteatita, situado nos fundos do monastério;

 

Palácio dos Governadores – Risco em “sagüínea” do chafariz interno (1752); feitio de uma mesa de jacarandá preto; dois bancos de encosto e dois bancos torneados (1761), peças não identificadas;

 

Chafariz do Pissarrão – Projeto do chafariz situado no Alto da Cruz, antiga Rua Larga, proximidade da Igreja de Santa Efigênia (1761); busto de Afrodite no remate do frontão;

 

Igreja de Nossa Senhora do Carmo – Modificação do projeto original (1770); altares colaterais de Nossa Senhora da Piedade (1807) e de São João Batista (1809); acréscimo dos camarins e guarda-pós dos altares de santa Quitéria e Santa Luzia;

 

Casa do Açougue Público – Projeto e especificação do açougue (1771), obra demolida em 1797;

 

Igreja de São Francisco de Assis – Esculturas dos tambores ogivais dos púlpitos, em esteatita, representando episódios bíblicos (1772); barrete da capela-mor (1773-1774); projeto atual da portada (1774-1775); risco da tribuna do altar-mor (1778-1779); feitio das pedras Dara (1789); retábulo da capela-mor (1790-1794) (elaborado com a colaboração dos entalhadores Henrique Gomes de Brito, Luís Ferreira da Silva e Faustino da Silva Correia); projeto de dois altares colaterais consagrados a S. Lúcio e Santa Bona (executados com alterações por Vicente Alves da Costa, em 1829);

 

Igreja de São José – projeto do retábulo da capela-mor (1773, posteriormente alterado); modificações produzidas no risco da fachada (1772);

 

Igreja da Mercês e Perdões – Risco da primitiva capela-mor; revisão do projeto e verificação final da obra (1775-1778), que foi depois demolida em 1805;

 

Matriz de Nossa Senhora do Pilar – Feitura de quatro cabeças de anjos, em madeira, para o andar da Irmandade de S. Antônio (1810); em 1865 essas duas peças foram adaptadas ao oratório da sacristia.

 

– Sabará:

 

Igreja de Nossa Senhora do Carmo – Trabalhos não especificados (1770, 1774, 1781); avaliação das obras de acréscimo executados na igreja por Tiago Moreira , mestre-de-obras (1778); feitio de imagens, em tamanho natural, de S. Simão Stock e S. João da Cruz (1779); planta das grades da igreja (1779); execução das grades correspondentes ao corpo da igreja e coro (balaustrada em jacarandá); feitio dos púlpitos, portas principais e soalho das campas (1781-1782); projeto do retábulo da capela-mor (1806); parecer sobre a obra do retábulo (1806).

 

– Rio Pomba:

 

Parecer sobre o projeto da capela-mor (1771)

 

– Barão de Cocais:

 

Examinador (louvado) das obras arrematadas por Miguel Gonçalves de Oliveira (1785).

 

– Tiradentes:

 

Risco do frontispício da igreja (1810).

 

– Congonhas:

 

Imagens de madeira dos Passos da Paixão, em cedro (1796-1799); estátuas dos 12 profetas, em pedra sabão (1800-1805).

 

SOBRE A MEDALHA:

 

Confeccionada por alunos do Instituto Federal de Minas Gerais, IFMG, a medalha é composta pela “Cruz de Malta”, símbolo lusitano, sobreposta pelos três anjos que evocam a fachada da Igreja de São Francisco e que, historicamente, passaram a ser uma espécie de assinatura do mestre Aleijadinho.

 

A Medalha do Aleijadinho foi criada pelo Decreto Municipal nº 22/74 e visa valorizar pessoas, instituições ou entidades que se destacam na prestação de serviços ou na realização de trabalhos em favor da manutenção, preservação e salvaguarda do patrimônio e da cultura. É conferida em memória do escultor ouro-pretano Antônio Francisco Lisboa, que, pelo incomparável acervo artístico legado, foi declarado Patrono das Artes no Brasil.

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